terça-feira, 14 de julho de 2009

DANÇA DOS QUILOMBOS

A LENDA DO MACULELÊ
Sua origem, porém, como ocorre em relação a todas as manifestações folclóricas de matriz africana, é obscura e desconhecida. Acredita-se que seja um ato popular de origem africana que teria florescido no século XVIII nos canaviais de Santo Amaro, e que passara a integrar as comemorações locais. Há quem sustente, no entanto, que o Maculelê tem também raízes indígenas, sendo então de origem afro-indígena.
Conta à lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de Iorubá, em que certas vezes saíram todos juntos os guerreiros para caçar, permanecendo na aldeia apenas uns poucos homens, na maioria idosos, junto das mulheres e crianças. Disso aproveitou-se uma tribo inimiga para atacar, com maior número de guerreiros.
Os homens remanescentes da aldeia, liderados pelo guerreiro de nome Maculelê, teriam então se armado de curtos bastões de pau e enfrentado os invasores, demonstrando tanta coragem que conseguiram pô-los em debandada. Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do ocorrido e promoveram grande festa, na qual Maculelê e seus companheiros demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. O episódio passou então a ser comemorado freqüentemente pelos membros da tribo, enriquecido com música característica e movimentos corporais peculiares. A dança seria assim uma homenagem à coragem daqueles bravos guerreiros.
MACULELÊ
Todo dia 2 de fevereiro é dia de Maculelê em Santo Amaro da Purificação, Recôncavo baiano. Segundo Maria Mutti (1978), o Maculelê é uma mistura de dança e luta de origem negra e escrava e tem em Santo Amaro o seu reduto e em mestre Popó o único mestre conhecido.
Vários estudiosos contestam a sua origem achando alguns que se trata de uma dança indígena, outros de luta negra.
Mestre Popó, mais antigo lutador de Maculelê reconhecido popularmente, diz que o Maculelê chegou da costa da África junto aos escravos, até os engenhos de Santo Amaro. Era uma mistura de luta e dança, defesa e ataque misturados aos cantos negros que disfarçavam a luta. Uma forma de treinar a luta sem despertar a desconfiança dos feitores, que só enxergavam a dança.
Para o Maculelê são usados três tambores (atabaques), agogô e ganzá que produzem o ritmo negro da dança. Um par de bastões é usado por cada lutador e único pelo chefe, todos feitos de madeira polida. Cada integrante usa uma gurita na cabeça (touca de ponta), lenço no pescoço, camisa comum ao estilo africano, calça igual e pés descalços. Usam o rosto muito pintado de negro com a boca exageradamente vermelha e cabelos brancos de farinha de trigo.
A dança é composta de leves volteios e um levantar de pés sincronizados às batidas dos bastões . Entre as músicas que acompanham, poucas são aquelas usadas nas senzalas que eram cantadas em línguas africanas. Muitas foram criadas em Santo Amaro pelos filhos e seguidores de mestre Popó. Cada uma delas tem um significado e um objetivo Há música para sair às ruas, para a chegada ao local da apresentação, para saudação a Princesa Isabel pela libertação dos escravos, para Virgem Santa, par recolher doações chamada Ritual do Vaqueiro e aquela que tornou-se a que mais caracteriza o Maculelê: “sou eu, sou eu, sou eu Maculelê, sou eu…”.
Fonte: http://capoeirars.en.eresmas.net
DANÇA DO FOGO
Ao ritmo contagiante dos atabaques os guerreiros demonstram total domínio sobre o elemento de Xangô - O FOGO.
Com movimentos unidos ao brilho das tochas os dançarinos desafiam tal elemento extraindo dele seu poder e força mística.
DANÇA GUERREIRA
Dança com lanças e escudos, onde os guerreiros, numa combinação de movimentos plásticos e agressivos fazem saudações aos deuses africanos e representam ataques correspondentes à sua dança de guerra.
PUXADA DE REDE
Mantida em poucas praias do litoral baiano, a Puxada de Rede é uma importante manifestação folclórica do estado com traços da cultura negra africana. Ela permite a integração entre os pescadores e a preservação de traços africanos na cultura do povo que vive do mar, já que toda a atividade da pesca realizada é acompanhada de danças, mímicas, poesias e cantos dos pescadores africanos trazidos para o Brasil.
A Puxada de Rede acontece entre outubro e abril, época em que os peixes procuram as águas quentes e rasas do litoral nordestino. Nessa época a pesca é realizada na beira da praia com uma gigantesca rede de arrasto e não em alto amor, como de costume. A armação e a puxada da rede são comuns em praias como Armação, Chega Nego e Carimbamba.
A grande rede usada leva ate mil metros de corda e cinco meses de trabalho para ficar pronta. Para manipulá-la são necessários 63 homens, 1 chefe , 1 mestre de terra , 1 mestre de mar, 20 catadores, 20 homens do mar e 20 homens da terra. A rede aberta liga barcos em círculo na água e homens na terra que, assim que encontram peixe puxam a rede à praia.
Cantos simples são repetidos como aqueles cantados pelos antepassados negros e alguns até se referem à terra de origem como Aruanda. A última canção entoada é sempre o canto de saudação à rainha do mar em agradecimento pelo sucesso da puxada.
Fonte: www.visiteabahia.com.br
SAMBA DE RODA
O Samba de Roda começou, provavelmente nos tempos da colonização, quando os negros, na sua primeira pausa para descanso, dançavam a moda da sua terra.
O ritmo contagiante do samba marcado por palmas e passos excitantes fez com que, aos poucos, o samba saísse da senzala e fosse para as ruas e até para a casa dos brancos.
Hoje, o Samba de Roda é freqüente nos mais diversos festejos baianos como o carnaval, por exemplo.
A dança do samba de roda em si é considerada simples, mas é preciso muito “molejo” para realizar com os pés ou passos marcados com as mãos. Existem passos específicos da roda que representam diversas atividades do cotidiano, como, por exemplo, o corta jaca paço no qual o sambista representa com os pés o ato de cortar uma jaca, retirar o “visgo” e recolher o caroço. Cada ação é representada por um conjunto específico de movimentos sempre marcados pelas palmas dos outros sambistas. Outros exemplos são o miudinho, amarrado, barra-vento e sapateado.
A dança acontece quando ao som de samba forma-se uma roda com um sambista ao centro que apresenta sua ginga, dançando por algum tempo. Logo, ele desafia um componente da roda com um sinal como a umbigada ou um simples aperto de mão, que toma o seu lugar no meio da roda. Tudo transcorre ao som de marimbas, viola pandeiros, ganzás, atabaques, berimbaus e outros instrumentos de percussão. Mas, o samba não deixa de acontecer por falta de instrumentos, pois o improviso é muito freqüente e até mais original.
Na falta de instrumentos, facas arranham a borda de pratos, colheres são batidas como castanholas, pentes e papeeis são soprados e tampas de panelas são batidas com as pontas dos dedos, enquanto o tirador lança frases simples que são cantadas repetidamente.
O Samba de Roda é uma tradição em cidades como Cachoeira, Candeias, Santo Amaro, Muritiba e outras

curiosidades

A LENDA DE BESOURO Besouro Mangangá era valentão e mandingueiro. Nunca se soube se jogava capoeira, mas viveu e morreu aos 35 anos como uma lenda. Besouro foi preparado desde o ventre de sua mãe. Tinha o corpo fechado: faca não entrava e bala não matava. Um dia, arrumou confusão com a polícia em Santo Amaro (BA). Subiu no morro do cruzeiro e sentou ao pé da cruz. A polícia chegou atirando. Foram embora e ele se levantou como se não fosse com ele. No dia de sua morte, forças sobrenaturais atuaram sobre Besouro. Ele tinha passado por baixo de uma cerca e se arranhou, quebrando a mandinga protetora. Comentou: “Se alguém se botar para mim, hoje eu estou mal”. Por vingança, um fazendeiro do sertão armou uma armadilha. Preparou uma faca de ticum, veneno que não deixa ferimento cicatrizar. Esperou Besouro cruzar seu caminho até conseguir feri-lo com esta faca. Chegando no hospital o médico disse: “Vai ficar bom, mas não será como antes”. Então ele respondeu: “Se não vou ser o mesmo, não convém viver”. Morreu ali mesmo. Contado por Mestre João Pequeno.
Várias músicas de capoeira são sobre Besouro como a música de Amâncio (Espírito Santo) - Faca de Tucum:
Faca de Tucum matou Besouro Mangangá
Coro
Diz à história que mataram seu Besourofoi lá na Bahia, Santo Amaro em Salvadormorreu deitado dentro de rede de cordade nada valeu mandingada tradição não se salvou

A CAPOEIRA Mistura de luta, dança, arte marcial, cultura popular, música e brincadeira. Foi criada por escravos africanos trazidos ao Brasil e seus descendentes. É caracterizada por movimentos ágeis e complicados, feitos com freqüência junto ao chão ou de cabeça para baixo, tendo por vezes uma forte componente acrobática. Uma característica que a distingue de outras lutas é o fato de ser acompanhada por música.
O nome surgiu a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata referindo-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Na época a expressão capoeira se referia também ao negro que fugia e ao ser capturado pelo capitão do mato se defendia como podia usando sua destreza do corpo e táticas de guerra tribal.
Mas a capoeira passou por diversas dificuldades, muitas mudanças e a introdução de instrumentos musicais na capoeira veio posteriormente, estudiosos afirmam por causa da necessidade de disfarçar a dança.
Existem dois estilos principais de capoeira. Um deles é chamado angola e outro estilo chama-se regional ambos os estilos são marcados pelo uso da malandragem - a famosa mandinga - e são bastante ativos no chão, sendo freqüentes as rasteiras, golpes com as pernas, cabeçadas e o uso constante da mente onde o capoeirista cria estratégias para surpreender o adversário.
CRONOLOGIA
1548
Inicia a imigração forçada de escravos africanos para o Brasil.
1712
Primeiro registro escrito do termo capoeira, no Vocabulário Português e Latino, do Padre D. Rafael Bluteau, seu significado contudo não se refere à luta.
25 de Abrilde 1789
Primeira menção da capoeira em registros policias na prisão de Adão, pardo, escravo, acusado de ser “capoeira”,. [Nireu Cavalcanti, “O Capoeira”, Jornal do Brasil, 15/11/1999, citandodo códice 24, Tribunal da Relação, livro 10, Arquivo Nacional,Rio de Janeiro.
1809
D. João VI criou a Guarda Real de Polícia, para seu chefe foi nomeado o major Nunes Vidigal. Perseguidor notório de capoeiristas, o major Vidigal era por si só um exímio capoeirista.
1813
Antonio de Moraes Silva acrescenta o termo capoeira no Diccionario da Lingua Portugueza composto originalmentepelo Padre D. Rafael Bluteau.
1821
Carta da Comissão Militar do Rio de Janeiro enviada paraCarlos Frederico de Paula, Ministro da Guerra, requisitandoo retorno dos castigos aos capoeiristas.
1826
O artista francês Jean Baptiste Debret retrata umtocador de berimbau em “Joueur d’Uruncungo”.
1828
O capoeiras sempre tidos como marginais e desordeirosajudando a conter a Revolta dos Mercenários.
1835
Pela primeira vez é retratado o jogo de capoeira pelo alemão Johann Moritz Rugendas no livro Voyage Pittoresque dansle Brésil com as gravuras “JOGAR CAPOEIRA ou Danse de la guerre” e “SAN SALVADOR”.
13 de Maiode 1888
A Princesa Isabel decreta a Lei Áurea abolindoa escravatura no Brasil.
1890
Apesar dos capoeiristas terem um papel heróico na Revolta dos Mercenários e na Guerra do Paraguai, o Governo Republicano instaurado em 1889 continuou a política de repressão à Capoeira do período Imperal, e em 1890 editou um decreto criminalizando a prática da Capoeira.
1932
Mestre Bimba funda a primeira academia oficial de capoeira.
1941
Mestre Pastinha funda a primeira academia oficial de angola.
1949
Mestre Bimba leva alguns alunos à São Paulo para competir com outras lutas. Na década de 1950, Mestre Bimba viajou vários estados apresentando a capoeira. Começa a expansão da capoeira baiana pelo território brasileiro.
1953
Em Salvador, Mestre Bimba e seu alunos se apresentam no Palácio do Governo para o governador da Bahia Juracy Magalhães e o presidente da República Getúlio Vargas. Getúlio teria dito então: “A única colaboração autenticamente brasileira à educação física, devendo ser considerada a nossa luta nacional”.
1966
Mestre Pastinha leva uma comitiva de capoeiristas ao Premier Festival International des Arts Nègres, em Dakar. A capoeira começa a expandir para o mundo.
1999
Fundada axé Bahia capoeira na cidade de Santo Antônio de Jesus-ba,Mestre Zé Pequeno e Mestre Gabriel.
2000
Mestre Gabriel fundou a Associação Africana do Mestre Gabriel e Mestre Zé Pequeno continuou com Axé Bahia.
2004
Professor Rafael funda a Associação Cultural Negra Raiz-Capoeira na cidade de Ilhéus-Ba afiliada aos seus mestres.
2005
Realização do 1º encontro da Negra Raiz na cidade com a presença dos mestres.
2006
Encontro estadual e 1º seminário Africa-Brasil - influências e manifestações
2007
Mestre Zé Pequeno oficializa com o certificado, Rafael passa a ser professor formado
2008
Professor Rafael faz a formatura e entrega de certificado para seus alunos(a) Neto,Neilson,Marcos,Ícaro,Nego,Denis e Fernanda